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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Relações Familiares no Estágio do Envelhecimento

Relações familiares no estágio do envelhecimento
“Desde o recém-nascido em seu cesto ao mais idoso dos Anciões, cada ciclo de vida aumenta a sabedoria e a experiência da família como um todo. Cada Rito de Passagem é celebrado como parte do Elo Sagrado dos Ciclos da Vida”.
Jamie Sams
       A família mudou e os idosos também. Estão surgindo novos arranjos. Existem as que são chefiadas por mulheres, outras formadas só por mulheres, ou só por homens. Como também as que são chefiadas por idosos. Porém, todas buscam reproduzir “aquele modelo” idealizado de um lugar sem conflitos.
Diversos estudos sobre suporte social e sobre relações intergeracionais na família mostram que, de modo geral, os cuidados aos mais velhos são prestados por uma rede informal de apoio: suas famílias – cônjuge, filhos, parentes – e, na falta destes, por amigos e vizinhos. Porém, o fato de morarem juntos não garante um sinal de relações mais amistosas entre os idosos e seus filhos.
Outros estudos recentes sobre suporte familiar aos idosos indicam que um número maior de filhos aumenta as chances desse apoio. Nesse sentido, um número menor de filhos não apenas diminui a probabilidade de que os pais venham a ser assistido por eles, como também aumenta a carga, por filho, de assistência aos pais, em uma sociedade cada vez menos solidária.
A proximidade dos membros da família e o contato por telefone são especialmente importantes para aqueles que vivem sozinhos. Aí se estabelece os laços emocionais recíprocos e vínculos de apoio mútuo que são mantidos, pela maioria das famílias, num padrão chamado de “intimidade à distância”.
Segundo Erikson, os relacionamentos familiares passados e presentes desempenham um papel crítico na resolução da maior tarefa psicossocial deste estágio, a obtenção de um senso de integridade versus desespero, com relação à aceitação de nossa própria vida e morte. Mas por outro lado, suas transições e tarefas possibilitam um potencial de transformação e crescimento para todos.
A maneira pela qual a família e seus membros vão conviver nessa etapa de vida depende muito do tipo de sistema que criaram ao longo dos anos e da capacidade e formas do sistema de ajustar-se às perdas e às novas exigências. E, um dos desafios é a da inversão de papéis entre pais e filhos. Filhos cuidando e pais sendo cuidados. Este período de transição é pautado mais pelo tempo interno de cada um, do que pelo tempo cronológico.
Estudos apontam que, hoje em dia, os idosos ocupam a posição de chefes até idades bastante avançadas, independentemente da presença de filhos adultos. A mulher ocupa cada vez mais a posição de chefe da família, na medida de seu envelhecimento. A renda do idoso é maior do que a de pessoas com menos de 30 anos. E, nas famílias com chefia idosa, o rendimento médio chega a ser 1,6 vez maior que o rendimento da população ativa de 20 a 29 anos.
Além do fator econômico, existe para o filho o desafio de assumir a nova responsabilidade. “Como posso compatibilizar minhas várias responsabilidades?” E para os pais idosos o receio de ser controlado e cuidado – ou não – por seus filhos. Aceitar a ajuda e as decisões necessárias por parte dos filhos é para muitos idosos um drama, chegando às vezes a momentos familiares conflitantes. É comum ouvirmos relatos sobre essas relações e alguns apontam os filhos como réus. “Eu dediquei toda a minha vida a ele e agora o que tenho de volta? Ele quer tomar tudo de mim, até mesmo mandar em minha vida.”

Costumo “brincar” com os meus idosos que cuidar de uma criança é mais fácil do que de um adulto. Além de a criança depender e necessitar de cuidados, sua idade física e mental a faz aceitar a autoridade dos pais. Ela ainda é uma folha branca sem ou com poucos amassos. Já o adulto maior - expressão usada na Argentina - carrega costumes, valores, idéias, modos de viver inflexíveis. Ele é uma folha com várias marcas da vida. Sem contar que ainda exercem nos filhos um poder de autoridade vivenciado muitas vezes por eles negativamente. Presencio filhos com 50, 60 anos de idade que ainda se sentem criticados e dominados por seus pais, simplesmente por sua maneira de olhá-lo.
Portanto, os relacionamentos familiares são essenciais durante a velhice e é necessário que conflitos ou desapontamentos em estágios anteriores possam ser reconsiderados de um novo ponto de vista. Atualizar emocionalmente as relações poderá favorecer as formas deser família e de se viver em família.




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