Sim à felicidade!

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Cardiologista alerta para a importância da vacinação, especialmente entre os idosos


Às vésperas de nova campanha nacional contra a gripe, médico de Belo Horizonte comenta que a maior parte da população que desconhece série de outras vacinas também vitais aos adultos




Alexandre Guzanshe/EM/DA Press


Na semana de mobilização em todo o Brasil pela vacinação contra a influenza (gripe), um médico com mais de meio século de carreira chama a atenção para um calendário vacinal também para maiores de 50 anos. Gilberto Correa, de 76 anos, defende a importância da campanha do Ministério da Saúde, que pretende imunizar 49,6 milhões de pessoas até o próximo mês, mas lamenta a falta de informação para a maior parte da população que desconhece a série de outras vacinas também vitais aos adultos. Na capital mineira, a campanha contra a gripe será realizada entre 4 e 22 de maio.

Nascido e criado em Belo Horizonte, Gilberto já esteve à frente das sociedades mineira e brasileira de cardiologia. Um entusiasta da vida, o médico sugere uma campanha ampla e irrestrita para que a população tenha conhecimento dos perigos e de todas as precauções possíveis por um futuro de paz e saúde. “Algumas doenças como a herpes-zóster já têm vacina e as pessoas não sabem disso. É uma doença grave que baixa muito a qualidade de vida dos pacientes por longos períodos, às vezes, pelo resto da vida, com uma dor intensa, intolerável”, considera. A vacina contra a herpes-zóster é dose única para maiores de 60 anos e não está disponível nos postos públicos.
Medicina preventiva O cardiologista enumera outras vacinas essenciais para os adultos: pneumonia, tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), hepatites A e B e meningite. Para Gilberto, doutor atuante, tomado de vontade de viver, a medicina preventiva é a medicina do futuro. “As doenças estão ainda mais graves e você poder ficar imune a elas é algo espetacular. A meningite, por exemplo, mata, mas você pode perfeitamente evitar isso”, ressalta. De acordo com o especialista, que já passou pelas salas de aula de Cambridge, na Inglaterra, não faz o menor sentido desperdiçar a vida por falta de informação.
Único médico da família, Gilberto conta jamais ter tido qualquer dúvida sobre a profissão que queria para a vida. “Era muito comum, na nossa casa, infecção de garganta. E não havia antibiótico – estamos falando do final da Segunda Grande Guerra. E o doutor Ernesto Gazzolli passava lá em casa para nos atender e eu ficava impressionado com o cuidado dele com a gente. Talvez tenha vindo daí a minha paixão pela medicina”, diz. Já são 52 anos de clínica médica e cardiologia. Atento e entusiasmado com os avanços da medicina, Gilberto ressalta com alegria a convicção de que “viver, mais e melhor, vale muito a pena”. 

Vantagem imunológica explica longevidade maior de mulheres, sugere estudo.

Segundo pesquisadores japoneses, com a idade sistema imunológico dos homens enfraquece mais rapidamente.


Mulheres têm expectativa de vida maior que a dos homens (Foto: Getty Images/BBC)Mulheres têm expectativa de vida maior que a dos
homens (Foto: Getty Images/BBC)
Um estudo japonês sugere que mulheres vivem mais do que homens pois o sistema imunológico feminino passa por modificações mais lentamente com a idade.
De acordo com a pesquisa da Universidade Médica e Odontológica de Tóquio, ainda que o sistema imunológico de todas as pessoas fique mais debilitado com a idade, no caso dos homens esse processo é mais rápido, o que explica sua menor longevidade.
O sistema imunológico protege o corpo de infecções, mas também está associado ao surgimento de doenças, caso não esteja bem regulado.
A equipe de cientistas liderada pelo professor Katsuiku Hirokawa analisou amostras de sangue de 356 homens e mulheres saudáveis com idades entre 20 e 90 anos.
Linfócitos: Eles mediram no sangue a quantidade de leucócitos -- glóbulos brancos, células do sistema imunológico -- e de moléculas chamadas citocinas, que permitem às células imunológicas coordenarem a resposta do corpo a alguma doença.
Entre homens e mulheres o número de leucócitos por pessoa caiu com a idade, como era esperado e comprovado por estudos anteriores.
No entanto, em um exame mais detalhado foram reveladas diferenças entre homens e mulheres em dois tipos de células que são componentes importantes do sistema imunológico, os linfócitos T e os linfócitos B, dois tipos de leucócitos.
Os cientistas constataram que, com o avançar dos anos, a queda do número da maioria dos linfócitos T e B mostrou ser mais rápida em homens. Os homens também mostraram ter um declínio mais rápido em dois tipos de citocinas que naturalmente se tornam menos comuns com o avançar da idade.
Além disso, o número de dois tipos específicos de linfócitos que costumam se tornar mais numerosos com a idade, T CD4 e as chamadas células exterminadoras naturais, aumentou mais em mulheres do que em homens ao envelhecerem.
Sem surpresa
"Mudanças relacionadas à idade em vários parâmatros diferem entre homens e mulheres", escreveu Hirokawa e sua equipe no relatório, divulgado na publicação científica Immunity & Ageing.
"Nossas descobertas indicam que uma taxa de declínio mais lenta destes parâmetros imunológicos em mulheres, em comparação aos homens, é coerente com o fato de que mulheres vivem mais do que homens".
Para Tom Kirkwood, do Instituto de Envelhecimento e Saúde da Universidade de Newcastle upon Tyne, na Grã-Bretanha, disse que as descobertas dos cientistas japoneses são úteis, mas não surpreendem.
"É provavel que o envelhecimento mais lento no sistema imunológico de mulheres reflita uma taxa geral de envelhecimento mais lenta, não que o próprio sistema imunológico estabeleça esse ritmo", afirmou o professor à BBC

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A importância da vitamina D


Saiba o que fazer ao longo da vida para chegar aos 100 anos com saúde


Para começar a vida do jeito correto, a dica principal é manter atualizada a caderneta de vacinação dos bebês e crianças. Esse alerta é importante porque muitas pessoas esquecem-se de se vacinar conforme vão ficando adultas, o que pode trazer riscos à saúde. Por isso, é recomendável guardar bem a caderneta e prestar atenção nas campanhas de vacinação.
Ao completar 10 anos de idade, a criança já pode fazer os primeiros exames de rotina porque nessa idade já é possível identificar fatores de risco de certas doenças.

Por isso, levá-la ao médico nessa época é importante para ter um primeiro registro dos seus índices de saúde, o que a acompanhará pelo resto da vida. De acordo com a pediatra Ana Escobar, é ideal que a criança faça exames para medir o colesterol, triglicérides, glicemia e também um hemograma.

Aos 20 anos de idade, já começam as preocupações com a vida sexual e, nessa época, a informação é a dica mais importante.

Os médicos defendem que a camisinha deve ser a companheira e estar sempre na bolsa das mulheres e na carteira dos homens, pronta para ser usada em qualquer situação.
Dessa maneira, o jovem se protege de uma gravidez inesperada e também de doenças sexualmente transmissíveis, que podem trazer sérias conseqüências para a saúde.
Com o tempo, a pessoa começa a adquirir prioridades diferentes na vida, como família e trabalho, e geralmente acaba deixando de lado a própria vida.
Por isso, aos 30 anos, a dica é não desistir da atividade física, que pode ser uma grande aliada para enfrentar a terceira década de vida com saúde. Para não abandonar, é importante descobrir algum esporte ou exercício que dê prazer e consiga funcionar como uma motivação para o dia a dia.
Quando chegam os 40 anos, aumentam os riscos de doenças, especialmente as cardiovasculares. Por isso, é importante conhecer a história da família para saber se não há fatores genéticos que podem elevar as chances de complicações – essa informação pode ajudar no diagnóstico precoce de doenças, como hipertensão, obesidade, diabetes e até mesmo câncer.
Em relação à alimentação, é importante que ela seja equilibrada e saudável ao longo de toda a vida; porém, aos 50 anos, os cuidados devem ser ainda maiores. A dica é incluir na dieta peixes, que são boas fontes de cálcio, ferro e vitamina B 12; castanhas, que ajudam a controlar o colesterol; e suco de uva, que têm ‘resveratrol’, substância que pode garantir maior longevidade.
Já aos 60 anos, os cuidados com a vacinação devem ser retomados. A vacina pneumocócica, contra pneumonia, deve ser tomada nessa idade, como alertou o geriatra Ronaldo Piovezan.

O médico lembrou também que, a partir dessa idade e por volta dos 70 anos, é importante investir nos exercícios com peso, mesmo que a pessoa nunca os tenha feito. Isso ajuda a fortalecer a musculatura, que pode funcionar como uma poderosa proteção para os ossos e também contra quedas.
Depois dos 80 anos, começam as preocupações com a saúde mental e o cérebro. Nesse caso, a dica é estimular sempre a memória e aprender algo novo, atitudes que podem ser importantes na prevenção do Mal de Alzheimer, por exemplo. Por isso, é essencial manter a mente ativa e estimular o cérebro com cada vez mais novas informações.
Quando chegam os 90 anos, a dica é se expor ao sol todos os dias, que é uma boa fonte de vitamina D, importante para manter os ossos saudáveis. Dessa maneira, com ossos fortes e resistentes, o idoso consegue se proteger conta quedas e acidentes mais graves.

Idosos estão dispostos a mudar hábitos e evitar fraturas, diz estudo.

Pessoas com mais de 65 anos estão dispostas a mudar seus hábitos alimentares, praticar atividades físicas, consumir suplementos e até mudar o tipo de calçado quando informadas de que isso pode evitar fraturas. A conclusão é de um estudo feito no Canadá.

Segundo a médica Joanna Sale, pesquisadora do hospital St. Michael, em Toronto, os idosos que não tinham muita informação sobre o problema acabavam adotando medidas negativas na tentativa de evitar quedas, como reduzir atividades domésticas ou de lazer.

Sale explica que, em média, quase metade das mulheres e um a cada cinco homens acima dos 50 anos sofre fraturas após quedas. E, após a primeira ocorrência, o risco de que o acidente se repita é dobrado. A saúde fica especialmente fragilizada entre aqueles que quebram o quadril, já que cerca de 50% destes morrem ou perdem permanentemente a mobilidade. 

O estudo, publicado na revista Osteoporosis International, avaliou pacientes do Programa de Atendimento Exemplar à Osteoporose da Clínica de Fraturas do St. Michael.
Os idosos responderam a um questionário que mediu o quanto eles sabiam sobre os riscos de fraturas e quais atitudes tomavam para preveni-las. Além disso, foram submetidos a testes de densidade óssea.

TRABALHO OU APOSENTADORIA? A DECISÃO É DO IDOSO

Trabalho aposentaduria
Nós brasileiros vivemos muitas vezes sob mitos e inverdades. Um dos maiores erros que cometemos é considerar o idoso como uma pessoa descartável, que não trabalha e só traz despesas à família e à sociedade. Ledo engano. Nos últimos vinte anos, a terceira idade brasileira teve sua expectativa de vida aumentada e, simultaneamente, deteve uma redução do seu grau de deficiência física ou mental, passando a chefiar por mais tempo sua família. Quase seis milhões de idosos brasileiros têm filhos e outros parentes sob sua responsabilidade e vivem com eles na mesma casa.
No Brasil, as Pesquisas Nacionais de Amostras de Domicílios, disponibilizadas pelo IBGE, demonstram que a participação do idoso, no mercado de trabalho, vem sendo alta, considerando os padrões internacionais. E isso está relacionado a uma particularidade muito específica do mercado de trabalho brasileiro, que é a inserção do aposentado. Mais da metade dos idosos do sexo masculino e quase um terço das mulheres idosas que estão no mercado de trabalho são aposentados.
Os frutos econômicos do trabalho dos idosos, mesmo depois de aposentados, têm tido um peso bastante significativo na sua renda e
na de suas famílias e mais importante do que um aumento no nível de atividade econômica, têm-se verificado um aumento na participação da População Economicamente Ativa idosa no total da População Economicamente Ativa brasileira. Logo, não apenas cresce o contingente de idosos em nosso país, mas também sua importância em nossa economia. Segundo o IBGE, em 1977, 4,5% da População Economicamente Ativa brasileira era composta de idosos. Essa proporção dobrou em 1998, tendo atingido 9% e pode vir a representar 13% da População Economicamente Ativa brasileira no ano 2020.
Mas o trabalho dos idosos não atinge somente os índices econômicos, o trabalho está ligado ao poder e ao respeito entre as pessoas e por isso o Estatuto do Idoso em seus artigos 26 a 28 garante o direito à profissionalização, proíbe a discriminação em razão da idade e ainda prevê que o Poder Público deve criar e estimular programas de profissionalização especializada para idoso, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas. Portanto, é certo que o idoso tem o direito ao trabalho, direito sim e não dever. O idoso deve ter reais chances de optar entre a aposentadoria e a continuidade do trabalho e para isso a aposentadoria deve ser digna e o trabalho precisa ser uma opção e não uma exigência para o complemento da renda familiar.
De qualquer forma o importante é acabar com o mito que o idoso brasileiro não trabalha ou não é útil. Na verdade, o idoso brasileiro é muitas vezes a única fonte de renda de sua família, seja por sua aposentadoria ou por seu trabalho. E não devemos nos esquecer que o idoso tem o direito de se aposentar e usar sua aposentadoria da maneira que mais lhe aprouver. Na verdade, devemos respeitar o idoso por toda contribuição que ele já deu ao longo de sua vida e não apenas por aquilo que ele ainda pode oferecer.
*Pérola Melissa Vianna Braga é advogada, autora do livro Direitos do Idoso – (Quartier Latin-2005), mestre em Direito Civil pela PUC/SP, conferencista sobre Direitos do Idoso, professora universitária e editora deste site.
TRABALHO OU APOSENTADORIA? A DECISÃO É DO IDOSO.* Pérola Melissa Vianna Braga.Nós brasileiros vivemos muitas vezes sob mitos e inverdades. Um dos maiores erros que cometemos é considerar o idoso como uma pessoa descartável, que não trabalha e só traz despesas à família e à sociedade. Ledo engano. Nos últimos vinte anos, o idoso brasileiro teve sua expectativa de vida aumentada e, simultaneamente, deteve uma redução do seu grau de deficiência física ou mental, passando a chefiar por mais tempo sua família. Quase seis milhões de idosos brasileiros têm filhos e outros parentes sob sua responsabilidade e vivem com eles na mesma casa.No Brasil, as Pesquisas Nacionais de Amostras de Domicílios, disponibilizadas pelo IBGE, demonstram que a participação do idoso, no mercado de trabalho, vem sendo alta, considerando os padrões internacionais. E isso está relacionado a uma particularidade muito específica do mercado de trabalho brasileiro, que é a inserção do aposentado. Mais da metade dos idosos do sexo masculino e quase um terço das mulheres idosas que estão no mercado de trabalho são aposentados.Os frutos econômicos do trabalho dos idosos, mesmo depois de aposentados, têm tido um peso bastante significativo na sua renda ena de suas famílias e mais importante do que um aumento no nível de atividade econômica, têm-se verificado um aumento na participação da População Economicamente Ativa idosa no total da População Economicamente Ativa brasileira. Logo, não apenas cresce o contingente de idosos em nosso país, mas também sua importância em nossa economia. Segundo o IBGE, em 1977, 4,5% da População Economicamente Ativa brasileira era composta de idosos. Essa proporção dobrou em 1998, tendo atingido 9% e pode vir a representar 13% da População Economicamente Ativa brasileira no ano 2020.Mas o trabalho dos idosos não atinge somente os índices econômicos, o trabalho está ligado ao poder e ao respeito entre as pessoas e por isso o Estatuto do Idoso em seus artigos 26 a 28 garante o direito à profissionalização, proíbe a discriminação em razão da idade e ainda prevê que o Poder Público deve criar e estimular programas de profissionalização especializada para idoso, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas. Portanto, é certo que o idoso tem o direito ao trabalho, direito sim e não dever. O idoso deve ter reais chances de optar entre a aposentadoria e a continuidade do trabalho e para isso a aposentadoria deve ser digna e o trabalho precisa ser uma opção e não uma exigência para o complemento da renda familiar.De qualquer forma o importante é acabar com o mito que o idoso brasileiro não trabalha ou não é útil. Na verdade, o idoso brasileiro é muitas vezes a única fonte de renda de sua família, seja por sua aposentadoria ou por seu trabalho. E não devemos nos esquecer que o idoso tem o direito de se aposentar e usar sua aposentadoria da maneira que mais lhe aprouver. Na verdade, devemos respeitar o idoso por toda contribuição que ele já deu ao longo de sua vida e não apenas por aquilo que ele ainda pode oferecer.*Pérola Melissa Vianna Braga é advogada, autora do livro Direitos do Idoso – (Quartier Latin-2005), mestre em Direito Civil pela PUC/SP, conferencista sobre Direitos do Idoso, professora universitária e editora deste site.

Vida ativa na melhor idade

As atividades direcionadas ao idoso devem ser organizadas considerando as suas particularidades e realizadas de forma gradual. Elas também devem promover a aproximação social, ter caráter lúdico, com intensidade moderada e de baixo impacto, ser diversificadas; considerar a memória e o conhecimento acumulado pelo idoso para que o mesmo possa partilhar e reviver situações que lhe dão prazer.    
Um estilo de vida ativo traz efeitos benéficos para a manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Além de melhorar a capacidade cárdio-respiratória, a atividade física bem orientada contribui para:
  •  Melhorar o equilíbrio;
  •  Melhorar o andar;
  • Aumentar o nível de atividade física espontânea;
  •  Melhorar a auto-eficácia;
  • A manutenção e/ou aumento da densidade óssea;
  •  Controlar o diabetes, a artrite e doenças cardíacas;
  •  Melhorar a ingestão de alimentos;
  •  Diminuir a depressão;
  •  Fortalecer os músculos das pernas e costas;
  •  Melhorar os reflexos;
  •  Melhorar a sinergia motora das reações posturais;
  • Incrementar a flexibilidade;
  • Melhorar a mobilidade;
  •  Manutenção do peso corporal;
  • Aumentar o fluxo sangüíneo para os músculos;
  • Diminuir lesões musculares;
  •  Melhorar a auto-estima.
No entanto, antes de iniciar qualquer tipo de exercício é importante que o idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, afimde que seja feita a prescrição de um programa de atividades físicas que leve em conta suas possibilidades e limitações. Esse programa deve estar diretamente relacionado com as modificações mais importantes que ocorrem durante o processo de envelhecimento, proporciona benefícios em relação às capacidades motoras que apoiam a realização das atividades do cotidiano e favorece a capacidade de trabalho e de lazer bem como altera a taxa de declínio do estado funcional, visando à melhoria da qualidade de vida do idoso.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Uma vez ao mês faço uma doação para uma associação, Instituto de Desenvolvimento à criança, adolescentes e idosos por isso aceitamos doações de alimentos, roupas, calçados, alimentos, próteses, cadeiras de rodas e de banho, nadadores, toalhas, agasalhos, cobertas, computadores, brinquedos, entre outros.                                                                                                                                               Endereços:conjunto 12 , HC, rua 6, casa9, Novo Gama
Contatos: 9911-8012 / 9303-063
A sua contribuição é muito importante para todos nós pois educar uma criança hoje é mais fácil do que recuperar amanhã.

Abrigo de Idosos

Faço um trabalho voluntário em um abrigo de idosos em Valparaiso, com doações de roupas, sapatos, agasalhos, comidas, entre outros. Então aceito doações para ajudar este abrigo. Mais informações ligue: (61) 9911-8012 / 9303-0637 / 8560-1732 Lindalva de Jesus

Homenagem à uma paciente muito especial e importante em minha vida.

Tenho uma paciente que fez e sempre fará parte do meu dia a dia, dona Juraci da qual cuido dela dez anos e já a amo muito, nós nos gostamos muito e nos damos muito bem. Tenho um carinho muito especial para com todos os familiares. Sou muito grata por poder participar do seu núcleo familiar e preciso te dizer o quanto eis especial para mim.

Homenagem a uma Paciente Preciosa

Nos finais de semana acompanhei uma pessoa muito especial, um amor de pessoa e de família também, com funcionários muitos prestativos então só tenho a agradecer por aparecer na minha vida, com carinho de Lindalva para Dona Yara e seu Raul.                                                                                                                           Lindalva de jesus(61) 9911-8012

Para Refletir( com um dos eleitos um dos melhores vídeos motivacionais que existe)


Um Belo atrelado Sobre Alzheimer

“Longe dela”: Um belo relato sobre Alzheimer.                                          

O filme “Longe dela” relata de uma forma poética e intensa a trajetória de uma doença que assusta a maioria de nós, profissionais e leigos. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, que consiste num declínio progressivo funcional e uma perda gradual da autonomia que, ocasionam nas pessoas por ela afetadas, uma dependência total de outras pessoas.Mas o filme não fala só da dor da paciente que percebe seu declínio cognitivo e do estado de perplexidade e impotência que se encontra seu companheiro. Ele exprime a beleza da cumplicidade e do amor de um casal, Grant e Fiona, apesar da cruel realidade em que vivem. Mostra a sabedoria e sensibilidade de uma mulher, mesmo doente, cuidando ainda de si e do outro, na medida em que decide, de antemão, ingressar numa clínica especializada. Acalenta-nos com a dedicação e competência de uma enfermeira cuidadosa com seus pacientes e familiares. E aqui está o grande diferencial de atendimento humano: qualquer dor pode e deve ser acalentada, cuidada. E nós profissionais de saúde devemos estar sempre capacitados para isto. A personagem conforta a dor de todos nós telespectadores.Outro lado mostrado é a postura fria e distante da administradora da clínica com suas normas e regras inflexíveis. Uma delas foi a proibição absurda em não permitir visitas do marido durante um mês, alegando ser melhor para a adaptação da residente. Minha experiência como psicóloga de um Lar de Idosos, afirma a importância da família durante este período e de rotinas mais flexíveis, pois cada pessoa responde de formas diferentes. É o momento delicado, de mudança, onde tudo é estranho e novo, mesmo para aqueles que estão perdendo a memória. A enfermeira cuidadosa justifica muito bem o motivo da tal proibição: “isso é para não dar muito trabalho para a equipe, é mais cômodo”. Ao se despedir Fiona com sua sensível clareza, convida Grant para se amarem em sua nova cama, em seu novo quarto.
“Longe dela” aborda os danos e as saídas possíveis que o distanciamento causou para o marido dedicado e para a mulher demenciada. Em seu período de adaptação ela se envolve com outro residente cuidando e o protegendo. E assim, consegue de alguma forma sobreviver ao seu declínio e a perda de seu amado. Ela se sente segura e capaz, pois ele não ameaça a sua fragilidade. Seu marido, por sua vez, é apagado de sua memória (causado pela doença ou por um mecanismo de defesa psíquica?). Longe dela ele sofre, persiste, contempla a indiferença não proposital. Tenta marcar sua presença, reavivar suas lembranças. E essa dor é sentida por muitos familiares que se tornam, de uma hora para outra, um estranho qualquer. Ele chega a procurar a esposa do residente e a encontra amargurada, cansada e só. Nasce entre eles uma identificação da dor e da impotência.A mulher sem poder manter seu marido na clínica, o traz de volta para casa. E mais uma vez Fiona se vê perdida e seu quadro declina rapidamente. Grant se desespera e, por amor a ela tenta trazê-lo de volta.O filme retrata também um lado muitas vezes esquecido - a do cuidador familiar. Ele é marcado por momentos de cansaço, solidão, carência e abandono. Enfim, os dois parceiros sem seus respectivos cônjuges, encontram no outro, através do sexo, o contato com a vida, o contato com o seu íntimo dilacerado e ávido de calor humano.Após um tempo, o residente é trazido por Grant de volta para a clínica. Mas ao encontrar Fiona, percebe que ela agora o reconhece como seu amado marido. O filme termina com a bela imagem dos dois abraçados.
No cinema muitos demoram a se levantar, inclusive eu e uma senhora chorosa ao meu lado. Saímos conversando sobre a beleza do filme e sobre sua história com seu falecido marido que teve Alzheimer. Em poucos minutos trocamos idéias. Ela com suas lembranças sofridas e eu, como testemunha das várias histórias que acompanhei e acompanho profissionalmente.

Mais Tratos com Idosos: Um Alerta à Família

MAUS TRATOS COM IDOSOS: UM ALERTA À FAMÍLIA
Jorgete Botelho

Mais um caso de maus-tratos sofrido por um idoso de 93 anos de idade com o mal de Alzheimer. As autoras desse ato eram as suas duas “cuidadoras” (uma com 46 anos de idade e outra com 24 anos).
O fato ocorreu esse ano no interior de São Paulo. A família desconfiada dos hematomas encontrados no corpo da vítima colocou câmeras na casa para comprovar a tortura. Fatos assim acontecem, infelizmente, no mundo inteiro. Em São Paulo são registrados na Delegacia do Idoso 17 casos por dia. Lógico, sem contar com outros tantos que não dão queixa por falta de provas ou de conhecimento.  

Sabemos que as crianças, e atualmente cada vez mais os idosos, encontram-se necessitados de cuidados e conseqüentemente estão mais vulneráveis aos riscos. Umas por não saberem ainda se defender e outros não conseguem, pois estão com sua capacidade de  independência e de autonomia em declínio.
Segundo os conceitos da gerontologia a independência  é medida pela capacidade funcional (andar, comer sozinho, tomar banho, se vestir e etc). E a autonomia é a noção e exercício de autogoverno, liberdade individual, privacidade, livre-escolha.
O número crescente de cuidadoras formais vem crescendo terrivelmente. No Lar em que trabalho 80 % precisam desse atendimento. Hoje é uma oportunidade de trabalho mais lucrativa do que das empregadas domésticas. E aí está o grande perigo! Lidar com idosos requer estrutura emocional, solidariedade, compaixão,  saber  lidar com a velhice, doença e finitude. Isso não é fácil. Há um tempo atrás dei um curso sobre envelhecimento para alunos de psicologia e escutei um comentário a respeito de um deles estar no metrô, sentado no lugar destinado aos idosos, deficientes, gestantes e mães com filho pequeno.  Reclamou dos idosos que pedem para sentar. A pessoa reforçou que pagou a passagem, que chegou primeiro e  que eles vivem passeando de um lado para outro.  Respirei fundo e questionei sua visão sobre os direitos dos idosos e seu interesse para futuramente atender essa faixa etária. Esse exemplo acentua que não é qualquer pessoa que tem condições e afinidades em trabalhar com idosos, seja como cuidador, médico, psicólogo, enfermeiro e etc.
Temos como definição de cuidado o ato ou tarefa de zelar pelo bem-estar de alguém, prestando-lhe assistência, assumindo a responsabilidade e os encargos inerentes a esse caso. O cuidador, portanto, é o ego auxiliar e a função do idoso. Além das habilidades técnicas - nas quais o profissional supervisiona continuamente as atividades de vida diária do idoso - é necessário possuir as habilidades interpessoais (respeito, aceitação, simpatia, compreensão, saber escutar e muita paciência). Hoje várias instituições estão empenhadas em oferecer cursos destinados aos cuidadores . Aqui no Rio, temos várias como a Unati  (UERJ), a Furnas, Hospital Santa Cruz entre outras, que até possuem uma listagem de  profissionais adequados para cada necessidade específica.
Finalizando esse breve comentário, gostaria de orientar aos familiares que ao contratarem esses profissionais indaguem, por exemplo, sobre a sua história pessoal, se possuem idosos na família, o que acham da velhice e do que mais incomoda no idoso. Enfim, fiquem atentos, visitem seus pais em horários diferentes, valorizem alguma reclamação ou mudança de humor (agressividade, apatia, nervosismo, tremor...).
O idoso que sofreu esses maus tratos morava com a esposa, que possivelmente também foi vítima, e que já algum tempo passou a não falar e andar.                                                                                                  http://youtu.be/xloB_yVSQbkhttp://youtu.be/NHn58EQNCg4

Relações Familiares no Estágio do Envelhecimento

Relações familiares no estágio do envelhecimento
“Desde o recém-nascido em seu cesto ao mais idoso dos Anciões, cada ciclo de vida aumenta a sabedoria e a experiência da família como um todo. Cada Rito de Passagem é celebrado como parte do Elo Sagrado dos Ciclos da Vida”.
Jamie Sams
       A família mudou e os idosos também. Estão surgindo novos arranjos. Existem as que são chefiadas por mulheres, outras formadas só por mulheres, ou só por homens. Como também as que são chefiadas por idosos. Porém, todas buscam reproduzir “aquele modelo” idealizado de um lugar sem conflitos.
Diversos estudos sobre suporte social e sobre relações intergeracionais na família mostram que, de modo geral, os cuidados aos mais velhos são prestados por uma rede informal de apoio: suas famílias – cônjuge, filhos, parentes – e, na falta destes, por amigos e vizinhos. Porém, o fato de morarem juntos não garante um sinal de relações mais amistosas entre os idosos e seus filhos.
Outros estudos recentes sobre suporte familiar aos idosos indicam que um número maior de filhos aumenta as chances desse apoio. Nesse sentido, um número menor de filhos não apenas diminui a probabilidade de que os pais venham a ser assistido por eles, como também aumenta a carga, por filho, de assistência aos pais, em uma sociedade cada vez menos solidária.
A proximidade dos membros da família e o contato por telefone são especialmente importantes para aqueles que vivem sozinhos. Aí se estabelece os laços emocionais recíprocos e vínculos de apoio mútuo que são mantidos, pela maioria das famílias, num padrão chamado de “intimidade à distância”.
Segundo Erikson, os relacionamentos familiares passados e presentes desempenham um papel crítico na resolução da maior tarefa psicossocial deste estágio, a obtenção de um senso de integridade versus desespero, com relação à aceitação de nossa própria vida e morte. Mas por outro lado, suas transições e tarefas possibilitam um potencial de transformação e crescimento para todos.
A maneira pela qual a família e seus membros vão conviver nessa etapa de vida depende muito do tipo de sistema que criaram ao longo dos anos e da capacidade e formas do sistema de ajustar-se às perdas e às novas exigências. E, um dos desafios é a da inversão de papéis entre pais e filhos. Filhos cuidando e pais sendo cuidados. Este período de transição é pautado mais pelo tempo interno de cada um, do que pelo tempo cronológico.
Estudos apontam que, hoje em dia, os idosos ocupam a posição de chefes até idades bastante avançadas, independentemente da presença de filhos adultos. A mulher ocupa cada vez mais a posição de chefe da família, na medida de seu envelhecimento. A renda do idoso é maior do que a de pessoas com menos de 30 anos. E, nas famílias com chefia idosa, o rendimento médio chega a ser 1,6 vez maior que o rendimento da população ativa de 20 a 29 anos.
Além do fator econômico, existe para o filho o desafio de assumir a nova responsabilidade. “Como posso compatibilizar minhas várias responsabilidades?” E para os pais idosos o receio de ser controlado e cuidado – ou não – por seus filhos. Aceitar a ajuda e as decisões necessárias por parte dos filhos é para muitos idosos um drama, chegando às vezes a momentos familiares conflitantes. É comum ouvirmos relatos sobre essas relações e alguns apontam os filhos como réus. “Eu dediquei toda a minha vida a ele e agora o que tenho de volta? Ele quer tomar tudo de mim, até mesmo mandar em minha vida.”

Costumo “brincar” com os meus idosos que cuidar de uma criança é mais fácil do que de um adulto. Além de a criança depender e necessitar de cuidados, sua idade física e mental a faz aceitar a autoridade dos pais. Ela ainda é uma folha branca sem ou com poucos amassos. Já o adulto maior - expressão usada na Argentina - carrega costumes, valores, idéias, modos de viver inflexíveis. Ele é uma folha com várias marcas da vida. Sem contar que ainda exercem nos filhos um poder de autoridade vivenciado muitas vezes por eles negativamente. Presencio filhos com 50, 60 anos de idade que ainda se sentem criticados e dominados por seus pais, simplesmente por sua maneira de olhá-lo.
Portanto, os relacionamentos familiares são essenciais durante a velhice e é necessário que conflitos ou desapontamentos em estágios anteriores possam ser reconsiderados de um novo ponto de vista. Atualizar emocionalmente as relações poderá favorecer as formas deser família e de se viver em família.




Limites e Possibilidades da Terceira Idade

LIMITES E POSSIBILIDADES NA TERCEIRA IDADE”
Jorgete de Almeida Botelho

O tempo do envelhecimento é um dos períodos mais difíceis
do ciclo da vida humana. Ele contém um número acentuado
de perdas sociais, biológicas e existenciais, exigindo um esforço 
por parte do idoso em lidar com as novas circunstâncias 
da sua existência.

Durante anos em contato com essas pessoas em diversos contextos
(consultório, Grupo de Encontro Semanal e Lar de Idosos), venho
 desenvolvendo meu trabalho na valorização das possibilidades de cada um ultrapassar as limitações inevitáveis do seu envelhecer.                                                                                                                    


Nas sociedades pré-industriais, a velhice não era apenas um tempo de vida. Possuía um valor caracterizado pela experiência, determinando, inclusive, grande ascendência moral sobre os grupos jovens da sociedade. Sua função social era de lembrar e aconselhar, de unir o começo e o fim.
Com o surgimento da sociedade capitalista, essa função foi banida. Ao eleger a produção como maior valor humano, os idosos perderam seu status. Dessa concepção resulta a tendência de que os homens velhos, economicamente inativos, sejam considerados “socialmente mortos”.
A imagem do velho é dicotomizada, o que dificulta a identificação: de um lado, o sábio de barbas brancas, respeitando protótipo da sabedoria, é necessariamente valorizado, embora isto só aconteça em algumas partes do mundo. De outro lado, o velho “maluco”, extravagante, ridicularizado e desrespeitado, sofre as conseqüências de uma sociedade despreparada. Segundo Simone de Beauvoir, o que impede que a velhice seja vivida em sua plenitude é o fato de o restante da sociedade recusar-se a ver-se nela.
Mesmo que se reconheçam todas as dificuldades, os idosos continuam recebendo menor atenção (que gritem os nossos aposentados!). O envelhecimento torna-se uma espécie de deserto, no qual nem as ilusões florescem. No dizer de Ecléa Bosi “ser velho é lutar para continuar sendo homem, contra uma sociedade que os quer alienados, dependentes, quietinhos.”
Dentro das diversas “batalhas” que o idoso enfrenta, a aposentadoria é uma das mais marcantes.  Muitos adiam-na para não se enquadrarem entre os “velhos”. É um acontecimento que, a princípio, tem um significado de um “Oba! Finalmente vou fazer isso, aquilo...aproveitarei a vida!”. Mas que por outro lado marca (em nosso país) uma desvalorização do idoso, não só quanto ao aspecto financeiro (pela decadência da Previdência Social), como também pela paralisação de atividades e obrigações sociais que concedem ao indivíduo seu status social.
Citando Mira y Lopes: “um adulto comum, normal, que ganhe a vida profissionalmente, vê-se, subitamente, considerado inválido pela sociedade, que o condena, da noite para o dia, à inação, à inatividade e ao tédio, afastando-o do trabalho, para convertê-lo em um parasita dos cofres públicos, da família ou da economia previdencial.” E eu acrescentaria que é um “suposto parasita”, uma vez que, com toda a alienação que lhe é imposta, ele continua sendo um agente econômico, mesmo que passivo, pois é inevitavelmente consumidor e pagador de impostos. Nesse momento, pode acontecer que não somente o trabalho aposente o indivíduo, como este também se aposente da vida. Sente-se derrotado, esvaziado de interesse. A redefinição do seu SER e ESTAR no mundo para conviver com essa situação se faz essencial.
No relato de vários aposentados podemos detectar diferentes estágios. Gail Sheehy, em seu livro passagens, compara muito bem esse momento a uma lua de mel. No início só há lugar para a alegria, a liberdade de dispor das horas como se deseja, o esquecer de tudo, horas e horários. Mas há o término dessa lua de mel e nele começa a surgir certa inquietação; há menos pessoas com quem falar, instala-se o tédio. É comum que as visitas a consultórios médicos e até, em poucos casos (o que é uma pena!), a consultórios psicológicos cresçam nesta etapa. Aparecem doenças e muitas delas que nem eram lembradas. A depressão é um dos sintomas principais.
Os homens que geralmente tiveram sua atividade fora de casa são propensos a sofrer mais. Eles deixam de freqüentar o ambiente onde trabalhavam com carinho e eficiência e perdem o convívio diário com os colegas.
Às mulheres ainda restam os assuntos de família e a casa para cuidar. E é por isso que é comum se perguntarem como conseguiam dar conta desses encargos trabalhando fora o dia todo.
Os executivos e profissionais liberais contam com a oportunidade de poder continuar trabalhando até quando desejarem ou for possível. Mantém seu papel social até o fim, o que não acontece com os assalariados que, para sobreviver, precisam de um biscate para somar a sua renda baixa.
Ocupar o tempo de uma forma harmoniosa, criativa se faz necessário para o bem-estar físico, mental e social (considerado pela OMS como o conceito de saúde). Isto é privilégio de poucos.
Ao pensar no tempo disponível que o aposentado e/ou o idoso possui, baseio-me em Maslow, que afirma: ”criatividade não significa apenas a produção engenhosa de algum artista, cientista. Ela também inclui a condição imaginativa da vida cotidiana.”
Exemplos não me faltam no “Lar”. Trabalho com pessoas de 80, 95 anos que, dentro de suas limitações, encontram formas criativas no seu dia a dia. “J” é uma senhora de 88 anos. Seu quarto é repleto de quadros, de tapeçarias feitas por ela mesma. Hoje se diz cansada, mas continua com algumas atividades manuais. Além disso, é uma idosa de se invejar: ativa, faz compras na rua, é responsável por uma “lojinha” na instituição, canta o bingo, tem uma boa memória e preenche seu tempo com prazer e alegria.
“G” é um senhor (um gentleman) de 89 anos. Apresenta alguns traços leves de esclerose, mas ocupa seu dia conversando com as pessoas, administrando seu dinheiro, caminhando. Tem uma ótima memória, revelada em sua participação ativa nos jogos para reativação da memória.
Iniciei este artigo falando da visão social na Terceira Idade, frisando o determinismo sócio-econômico-cultural nela inevitável. O comovivenciá-lo dependerá da história pessoal de cada idoso e de comoeste transpôs as fases de seu ciclo de vida. Ser, parecer e sentir-se velho difere de indivíduo para indivíduo. O significado a isso atribuído pelo idoso também contará. Para uns significa muito tempo de existência; para outros, o desuso, o ultrapassado, a solidão. A forma de configurar será dada pela qualidade e não pela quantidade vivida.
Para ilustrar, gostaria de citar o caso de uma senhora de 62 anos que visitou o Grupo de Encontro Semanal. Desejava questionar e aparentava estar bastante assustada por ter chegado à Terceira Idade. Não sabia a que grupo pertencer, o que vestir, o que fazer...Para ela qualquer atividade mais descontraída não condizia com seus 62 anos. Preocupava-se com os rótulos que lhe poderiam sobrevir. –“Se um homem idoso tem a mesma conduta ninguém o critica, mas o mesmo não me acontecia.” – dizia ela. Duas senhoras, bem idosas, intervieram:
     — “Que isso! Você tão nova, não aproveita a vida? Imagine nós...”
Apesar de nossos esforços, ao se despedir falou que não gostaria de vir a se tornar aborrecida, importuna e que a velhice é horrível.
Esse episódio demonstra como o preconceito paralisa, impede a espontaneidade dessa pessoa, não só como mulher mas também como idosa. “Para ser aceito pela sociedade, o indivíduo responde com um conjunto de respostas fixas. A fim de compactuar com os “deverias” da sociedade, o indivíduo aprende a ignorar seus próprios sentimentos, desejos e emoções. Então ele também se dissocia de ser parte integrante da natureza.” (Perls). (Gostaria de ressaltar que aqui estou considerando apenas os processos sociais e relacionais que envolvem o idoso e não o psicológico do indivíduo).
A ansiedade é um dos limites mais fortes para o idoso. No enfoque de Goldstein, ela é o resultado de expectativas catastróficas e Perls reafirma: “é um ensaio para a calamidade”. E por que estas expectativas? Porque a velhice nos é apresentada com algo aterrador.
Herdamos esta concepção de nossos antepassados desde milhões de anos. É passada de pai para filho, de geração para geração. Há relatos de como os povos primitivos tratavam seus velhos. As hordas humanas quando se transferiam de um lugar para outro, em busca de melhores condições de vida, deixavam seus “velhos” entregues à sorte: aqueles que tivessem coragem e força para acompanhá-los estariam salvos. Nossos índios, quando seus pais e avós estavam muito velhos, abandonavam-nos, deixando-os morrer de fome.
“Como o instinto de conservação é um fato, os velhos apelaram para a sabedoria e a experiência. Data daí a origem dos “bruxos e feiticeiros”, que até hoje merecem respeito.” Cientes de sua capacidade, voltaram a se relacionar com pessoas das mais diferentes idades, que os procuram em busca de orientação.
Nesta fase, entre as tantas limitações citadas, resta ainda o fato de que a atividade sexual (não a sexualidade) diminui ou se extingue. A velhice sadia não dispensa alimentação, exercícios e estímulos intelectuais contínuos, bem como requer idênticos interesses e atividades sexuais, que podem se expressar sob a forma de carinho físico e emocional.
A partir da convivência com vários idosos, observo algumas formas distintas de envelhecer:
  •  os que buscam uma realização por meio de uma atividade nova ou um hobby que deixou de lado na sua juventude.
  • os que se acomodam, renunciam, marginalizando-se na solidão. “O solitário é aquele que perdeu sua própria companhia e, conseqüentemente, irá perder o contato com a vida.” Torna-se irrascível, sofredor, mal-humorado.
  • Aqueles que tentam viver a vida de seus filhos e netos, ocupando-se com os problemas familiares, com ou sem angústias.
  • Outros se relacionam com a família cobrando-lhe tudo, sendo um peso para todos. Vivem pedindo, sempre querem que alguém responda por suas atitudes e por seus compromissos.                                                       
Diante da evolução contínua na qual a família está passando, o contato do idoso com diversos grupos de lazer, identidade filosófica e religiosa se faz essencial. Eles podem ser os sucedâneos modernos da família.
As limitações existem. As possibilidades são reais. Muitos se limitam a viver nas impossibilidades. A velhice pode e deve ser vivida intensamente, com dignidade e com a consciência de que faz parte da evolução do ser humano. É uma conquista e não um prejuízo. Quem foi que disse que velhice é doença?
     — Só se envelhece quem tem saúde! - disse uma idosa.